Por que a maioria das quadras de Tênis não são cobertas?

Ainda hoje lembro como era difícil depender de somente quadras abertas para jogar Tênis, nem precisava estar chovendo para que o treino fosse cancelado isso porque a chuva molhou a quadra a poucas horas atrás.

As quadras de vôlei e de outros esportes são normalmente cobertas, então por que será que a maioria das quadras de Tênis não são?

As quadras de Tênis não são normalmente cobertas porque tradicionalmente o esporte é ao ar livre, com o tempo foi possível adicionar tetos retráteis em grandes estádios, mas a maioria não tem porque o custo é altíssimo.

O Tênis começou a ser jogado em quadras de grama e a grama fica ao ar livre, mas com o passar dos anos mais e mais quadras sintéticas foram dominando o esporte e com isso mais quadras fechadas foram criadas.

Diferença entre quadra coberta e quadra aberta

Depois que passei a jogar em quadras de teto coberto nunca mais tive que me preocupar se vai chover ou se quando eu chegar na quadra terei que dar meia volta porque ela está encharcada, mas sempre há um lado bom e um ruim para tudo na vida.

Jogar em uma quadra aberta é bem diferente de jogar em uma quadra fechada, o mesmo pode ser dito de jogar de dia e de noite, isso por conta do clima.

O sol forte faz a bola quicar mais alto e o frio faz ela quicar mais baixo, os profissionais conseguem sentir mais ainda essas diferenças.

Sem contar que não dá para dar aqueles Lobs altos em uma quadra de teto fechado, pelo menos não nas quadras que já joguei (muitos pontos perdidos porque a bola bateu no teto), tenho certeza que as dos estádios maiores a altura do teto também é maior.

A dificuldade é maior para os profissionais que estão jogando uma partida sem o teto fechado e no meio dela o teto ser fechado por conta da chuva, eles já estão acostumados com o tipo de jogo da quadra aberta e agora devem se adaptar ao jogo de quadra fechada e muitos tenistas não conseguem lidar muito bem com isso, perdendo o ritmo e jogando pior.

O teto protege da chuva e do calor

É complicado jogar Tênis até mesmo com um pequeno chuvisco, com uma chuva então é impossível, conforme já havia dito em outra matéria aqui no blog, uma quadra demora para secar mesmo depois que a chuva acaba.

Organizadores de competições profissionais sempre estão de olho na meteorologia para definir o fechamento do teto da quadra.

Não é só da chuva que o teto protege, mas sim do calor excessivo, algumas partidas importantes já foram realizadas em teto fechado por conta do calor extremo.

O calor extremo acontece muito no Australian Open, mas a organização dificilmente fecha o teto da quadra central por conta disso, no ano de 2018 o site lifehacker entrevistou o tenista Lleyton Hewitt que explicou o que poderia ser o motivo da organização do evento não fechar o teto mais vezes.

Para Hewitt a decisão de não fechar tantas vezes o teto das partidas do Australian Open quando está muito calor é por conta da igualdade, não parece ser justo só dar boas condições de jogo para os jogadores melhor ranqueados que jogam nas quadras principais, a não ser que todas as quadras tenham teto retrátil, as regras para o fechamento do teto continuarão como está.

Tenho que concordar com o Hewitt nessa, confesso que nunca tinha pensado nisso, realmente seria injusto deixar os jogadores das outras quadras sofrerem com o calor enquanto que alguns podem ter o luxo de jogar na sombra, se um enfrenta o outro na próxima rodada o tenista que jogou na quadra fechada vai estar em melhores condições físicas.

Sabendo disso, fica fácil entender porque é mais comum ver partidas da final do Australian Open com teto fechado por conta do calor, se essa é a última partida do torneio não haverá desigualdade.

Teto retrátil nos Grand Slam

O primeiro Grand Slam a ter as 3 quadras principais com teto retrátil foi o Australian Open. Depois do aberto da Austrália foi a vez de Wimbledon, o teto retrátil foi instalado na quadra central em 2009.

O teto retrátil da quadra central do US Open foi estreado somente em 2016, ele custou 150 milhões de dólares para ser construído.

Em 2018 a quadra Louis Armstrong Stadium do US Open foi totalmente reconstruída e inaugurada com um teto retrátil, a obra foi realizada em 2017 e o US Open utilizou outra quadra nesse ano para as partidas, esse é o primeiro onde o teto retrátil é naturalmente ventilado, essa transformação completa custou 600 milhões de dólares.

Por muito tempo Roland Garros foi o único Grand Slam sem nenhuma quadra com teto coberto, é um tanto estranho já que até mesmo torneios menores como o Madrid Open já tinham quadra com teto retrátil.

Em 2016 muitos jogadores tiveram suas partidas interrompidas por conta da chuva no aberto da França e ouve muita reclamação por parte deles para com a organização que não conseguia resolver a liberação das obras para um teto retrátil.

Mesmo sabendo que em Roland Garros as quadras são até menores que as dos outros Grand Slam, a organização começou a oficialmente se mobilizar para a construção do teto somente em 2009, depois disso foi adiamento atrás de adiamento até que foi decidida a data da construção.

O teto foi totalmente implementado na quadra central de Roland Garros um tempo depois da edição de 2019 do torneio.

Se assim como eu você também adora assistir partidas de Tênis vai apoiar a ideia de mais partidas em teto fechado, nada mais chato do que quando chove o dia todo durante um Grand Slam e não dá para ver nada, aproveite que você está aqui e confira as datas dos principais torneios e Grand Slam do Tênis masculino e feminino nesse calendário que fiz aqui mesmo no blog para você se programar.

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